Philadelphia - PA
A viagem para a Philadelphia foi marcada por uma porção de risadas, seja das coisas engraçadas ou das desgraças que aconteceram pelo meio do caminho. Fica determinado que Budged Trip não é a melhor coisa do planeta, mas na falta de grana, antes isso do que ficar em casa.
Eu e Lili nos encontramos em Chinatown para pegar nosso ônibus super-budget. Eu já tinha passado na livraria, não encontrado nenhum guia decente (decente = Lonely Planet) de Philadelphia lá, comprado 1 mapa da cidade e dois livros para a viagem. Mesmo com um mapa na mão para não me perder no labirinto de Chineses que é aquele lugar, eu consegui fazer a Lili andar mais de 10 quadras para a direção oposta de onde meu ônibus sairia. Iríamos tentar sair daqui às 4:00h, só conseguimos encontrar o lugar as 4:30h.
O ponto de ônibus fica em frente a loja da Today’s Bus, a companhia assassina, embaixo da Manhattan Bridge. O ônibus em si não é tão horrível, mas os passageiros e o motorista. O motorista é tão bom, e corre tanto que eu fui e voltei rezando que não queria morrer. Caralho, tinha um japa atrás de mim que arrotava toda hora, alto, bem alto. E não falava “excuse-me.” Outros da minha frente bateram o recorde, eles comiam aquelas sopas-de-sujeira chupando, fazendo barulho, até arrepiava de nojo, e eu ali, assistindo. Nestas situações, por mais que você queira não olhar, os eus olhos buscam a imagem tosca.
Dois minutos mais tarde eles abrem a mala, tiram um aparelho de DVD portátil, e começam a assistir um filme Chinês de luta, advinha como? SEM FONE! Ou eu estou ficando muito velha, ou este povo não tem a mínima idéia de bom senso. Incrível, tive que passar boa parte da viagem escurando PUHSSSHHH, PÁAAAA, YAHOOOO, e afins. Tétrico.
Chegando no local, já as 7.30h nós começamos a nos matar de rir já que o ônibus parou em Chinatown de Philadelphia. A última coisa que eu queria ver era chinês. Andamos até o albergue – Youth Hostel – Bank Street. As ruas da Philadelphia são tão simpáticas, elas são minúsculas. Cabe apenas um carro. Mais nada. Eu achei tudo muito lindo. A ponte que liga PA-NJ é a coisa mais maravilhosa, nós vimos só a noite, pois no dia seguinte tava uma chuva e uma névoa muito forte que nos impediu de enxergar qualquer coisa.
No Hostel, pagamos $2.00 por 1 lençol para as camas. O lençol vem com cabelos de brinde. Depois a Lili ficou tirando sarro que os cabelos eram púbicos e eu não conseguia mais dormir. Associado com uma menina que tava na beliche do meu lado (tinha umas 6 meninas no nosso quarto, ninguém falou nenhum “A” para ninguém) acordou as 3:00h da manhã para arrumar as malas cheias de sacolas de plástico. Eu queria enforcá-la. O pessoal não sabe o que é viver em comunidade e respeitar o próximo, é terrível.
O Hostel ficava de frente para um Club muito dos estranhos e o barulho da rua também não ajudava em nada. Era uma gritaria, um tal de “fuck” para lá e para cá. Do meu lado, a menina da mala agora começou a rosnar igual meus cachorros do Brasil fazem. Primeiro eu até achei que alguém estava com um cachorro no quarto, depois entendi que era o barulho que a menina fazia para dormir. Uma outra roncava como meu Tio Odair (ou como o Afonso, quando ele está bêbado).
De manhã, já cansada, eu fui acordada pela menina-cadela-que-arruma-a-mala-no-meio-da-noite. Ela estava arrumando as malas novamente. Eu juro que contei vários números para não voar no pescoço dela. Mas, como a vontade de viajar é grande demais, seguimos para nosso roteiro bem cedo.
Na sexta-feira à noite nós fomos andar pela cidade e pelo pouco que consguimos ver já tinha dado para se apaixonar. Philadelphia é linda! Nós estavamos andando naquelas ruas pequenas e simpáticas a procura de algum bar e para nossa surpresa foi difícil entrar em um, pois tinha tantos, que era praticamente impossível escolher. Muita gente nas ruas, completamente diferente daqui. Aliás é tão diferente daqui que assim que chegamos uns meninos passarm pela gente e vieram bater um papo, um deles tinha vivido no Brasil (ES) por seis meses e escutou nós duas falando portugês. Eu rolei de rir com a Lili, pq eu falei “Esta cidade já está batendo récordes, faz três minutos que nós chegamos e já tem gente conversando com a gente na rua, faz três anos que eu moro em NY e NUNCA ninguém veio conversar comigo na rua”.
Páramos num bar de esportes, que era casual e confortável – a dona aqui não levou nenhuma roupa/sapato de sair. Assistimos a um jogo de basquete imbecil, cercada de uma porção de gente nova. Em NJ a faixa etária do pessoal em sports-bar é de 50 anos. No mínimo. Demos tanta risada e contamos tanta história, foi divertidíssimo. No final da noite inventamos de fotografar nós duas e acabou em brincadeira. Eu fui fazer careta para a câmera e fiquei com uma cara de louca, está hilária a foto. Todas a s vezes que nós olhamos aquela foto nós nos contorcemos de tanto rir.
No sábado, seguimos para o Visitors’ Center, onde eu fiz a festa com aqueles folders de passeios, museus e lugares para conhecer, eu amo aquilo, minha coleção deve ter uns 500 já. Passamos numa lojinha e compramos a camiseta mais cute ever. Tem, no ombro esquerdo (ou será no direito?) tem uma pipa com uma chave no fio, e embaixo do lado oposto tem o Benjamin Franklin descobrindo a energia. É linda, levei tb postais e um sininho (o sino da Independência). E seguimos para o Museu da Independência, passamos pelo sino onde a segurança está até irritando, tem que tirar as mochila das costas, tudo dos bolsos, a jaqueta e passar pelo detector de metais. Um exagero?
O sino é lindíssimo. É super emocionante. Na quadra do lado tem o SIGNER - uma estátua do cara que assinou a Independência e do outro lado a corte onde o documento foi assinado. Nós fotografamos tudo, mas o dia estava muito feio, as fotos acabaram não saindo tão bonitas como esperávamos. A arquitetura da cidade é fascinante, todos os prédios tem detalhes, vários deles tem colunas enormes, detalhes dourados, tudo é muito grande. As ruas são limpas, o que não acontece em NJ/NY.
Depois de andar um bom bocado na cidade fotografando nós decidimos de vez seguir para o Philadelphia Museum of Art. Pensei que o passeio até lá levaria cerca de uma hora, já que nosso Hostel se encontrava em uma ponta do mapa e o Museu na outra. Na verdade não levou mais do que 5 min. dentro do ônibus que se chama PHLASH. A cidade é muito curta (pequena?).
O Museu é maravilhoso, um prédio enorme de arquiterura explêndida na boca do Rio. Ao redor do Rio tem casinhas lindas, chalés, e um estacionamento com vários monumentos. Aliás, eu nunca tinha visto tanto monumento e estátua junta na minha vida. Deve ser a maior quantidade de estátuas por metro quadrado do país. Chovia, choveu o dia inteiro. Nós paramos em um coreto e fotografamos o lugar, excitadas com tanta beleza. A tal beleza acabou entretanto, quando na entrada do museu encontramos uma plaquinha avisando que a exposição Salvador Dalí estava sold out.
Na recepção uma sonhora nos contou que a exposiçao estava com todos os tickets esgotados até 20 de Abril. Eu não acreditei, chorei, resmunguei e nada. Ela disse, “I’m sorry!” Eu e a Lili ficamos com tanta raiva que nem queríamos mais entrar no Museu. Mas já que estávamos ali, pegamos um mapa do lugar (que deve ser tão grande quanto o Metropolitan Museum of Art) e fomos procurar escultores e pintores europeus. Vimos Monet, Van Gogh, Picasso, Rodin, Cézanne, cansamos, fugimos para arte moderna, e depois de fotografar Andy Warhol e Roy Linchenstein fugimos para comer algo.
Na volta, pela Benjamin Franklin Parkway, paramos de frente para o Museu e fomos fotografar as bandeiras. Esta avenina é lotada de bandeiras de todos os países nos postes, de fora a fora. Entramos no Museu do Franklin, que tem uma estátua enorme dele no saguão, parecida com a do Lincoln no Lincoln Memorial. Fomos nas lojinhas de ciências, que tem todos aqueles brinquedos fantásticos que brilham ou fazem os cabelos ficarem arrepiados.
Procuramos por uma livraria e não encontramos NENHUMA. É uma coisa que eu acho engraçado na América, todo mundo lê em todos os lugares, mas não existem livrarias. Mesmo em NY é uma luta para encontrar livrarias, só uma é grande, famosa (Barnes and Nobels), eu nunca encontrei uma Borders Books na cidade. Na Philadelphia é pior, nada aberto (aparentemente nada de comércio abre de Domingo por lá, é tudo meio morto), e nada de livrarias (nem abertas e nem fechadas).
Fotografamos mais, prédios, monumentos, chafarises, o prédio do City Hall, o pátio cheio de peças de jogos de mesa, mais prédios, mais estátuas, foi cerca de 300 fotos em menos de 24 horas. Páramos para comprar cigarro (que é muito barato por aquelas bandas - $4.00) e seguimos para o ônibus.
A partir daí as coisas começaram a dar errado, uma atrás da outra. Páramos no ponto de ônibus errado, esperamos pelo ônibus mais de 1 hora até a chinesa dizer que nosso ticket não era da companhia dela. Tudo relaxo, preguiça de checar qual o número que estamos. E também, pq rua de chinês é tudo igual. Fomos para o ponto correto, confirmamos com a mocinha, e ela diz que não tem ônibus por mais 2 horas. Esperamos um total de 3 horas até começarmos a seguir para NYC. Cansadas. Passei a viagem de volta rezando para o motorista, que corria demais, não bater o ônibus no caminho.
De NYC para minha casa foi uma viagem muito maior e mais etsressante. O Metro não ia até a Penn Station e comos e não bastasse ser tarde eu tinha que andar. Achei que tinha perdido meu celular, fiquei quase louca trás dele, tirei tudo que eu tinha na mochila e não achei. Correi até a rua, juntei todos os meus centavos (80 c.) e liguei para o Afonso. Pedi para ele ligar para mim, para ver se o bixinho tocava. De repente olho e ele está lá, quietinho, no bolso de fora. Que ódio. Qaundo eu fico nervosa eu fico completamente cega, mais do que o normal.
Bem, eu só tinha trem para dalí 1 hora, depois em Secaucos eu não tinha mais trem para casa, peguei um alternativo para outra cidade e de lá peguei taxi. Foi um total de 6 horas viajando, o que poderia ter sido feito em 1 hora e meia.