No último Domingo, o grupo United for Peace and Justice organizou uma passeata que reuniu mais de 400 mil pessoas nas ruas, marchando contra a reeleição de George W. Bush desde Union Square na Rua 14 até o Madison Suqare Gardem, aos redores da Rua 32.
As manifestações começaram na quinta-feira passada, quando 80 manifestantes vieram de Boston para NYC e caminharam pela Avenida Broadway sob gritos e luzes de helicópteros da polícia. Na sexta-feira, mais de 5 mil ciclistas iniciaram um protesto pelas ruas da cidade e foram parados por forças policiais, com um saldo de mais de 250 pessoas presas. Na noite de sábado, centenas de pessoas se juntaram ao redor do World Trade Center levando sinos e apitos, declarando que pretendiam cicatrizar a dor do atentado de 11 de Setembro de 2001, tirando o homem que estava no poder do país naquele momento e que atraiu tanta atenção e ódio para a América.
O ápice ocorreu no domingo, com cerca de 500 mil pessoas marchando nas ruas contra o atual presidente. Centenas delas carregavam caixas de papelão, simbolizando caixões dos soldados americanos mortos em guerra, cobertos com a bandeira americana. Muitos deixaram claro que não são a favor dos democratas também, e sim a favor de que Bush saia do poder e a guerra do Iraque acabe. Cerca de 150 pessoas foram presas.
Os
jornais de Nova York, entretanto, reportaram números muito inferiores dos divulgados pelo organizadores do evento. Foi fácil encontrar nos jornais que 180 mil manifestantes estavam presente na tarde de Domingo, e não meio milhão de pessoas como alegou o UFPJ e o
Village Voice
Bush não só conseguiu reunir o maior número de protestos organizados contra uma Conveção Presidencial já registrado na história dos últimos 20 anos, como também consegiu abafar estes mesmo eventos, contando com a ajuda da polícia de Nova York, coagida pelo prefeito republicano Michael R. Bloomberg e com a mídia-norte americana que publicou pouco ou quase nada a respeito dos atos gerados por grupos manifestantes, que resultou na prisão de mais de 1.800 pessoas em sete dias. A tática utilizada pelo departamento de Polícia de Nova York é cortar, qualquer tipo de demonstração, antes que cresça a ponto de chamar atenção do público ou possivelmente atrabalhar o ritmo previsto para a convenção que está finalizando sua última noite hoje no Madison Square Gardem.
Agora Bush fala na Tv, aceitando a nomeção para concorrer novamente à presidencia de um país que é deficiente em informação. Este mesmo homem proclama com fervor os atos de quase quatro anos no poder, mas não declara o que a política do medo e do ódio tem feito a este país. Um local, em que fora dos grandes centros urbanos, é impossível ver muito com os prórpios olhos. Há 10 minutos de NY, já em New Jersey, as pessoas não têm conhecimento de que está ocorrendo manifestações em uma das maiores cidades do país. Todos os discursos da Convenção esta semana, tem sim, uma coisa em comum, exaltar Bush pelos feitos na época do atentado, concretizar a política do medo com a linha de pensamento: “Bush é o único que pode nos proteger.” Afinal, ele pegou Sadan Russein. Faz sentido? Aqui também não.“Eu vou liderar este país para construir um mundo mais seguro,” afirma Bush. Depende muito da definição de SEGURO que ele tem.
***
Na segunda-feira
Miachel Moore participou da Convenção Nacional Republicana como free-lancer da USA Today. O texto publicado, está
aqui. Obviamente o cineasta foi vaiado, enquanto permaneceu no estádio e Dean McCain o expulsou da sala, aos gritos e palavrões.
***
Estou aguardando o laborátório devolver os filmes que Eu e Amanda batemos durante os protestos. Assim que estiver pronto postarei aqui.
Texto publicado originalmente no
Imprensa Marrom.