As aulas de teoria de documentário têm sido maravilhosas. Ou porque eu sou uma ignorante e não sei absolutamente nada do assunto e estou achando tudo novidade e lindo, ou meu professor é foda mesmo. Eu estou apaixonada pelo velho. Ficar horas escutando um inglês falar, com aquele sotaque maravilhoso, sobre documentários de música é tudo que eu queria. É até ridículo de tão bom.
Nesta, acabei fazendo uma lista de tudo que nós já assistimos em aula ou como tarefa de casa. Ficou assim:
1-) The Compleat Beatles. - David leva os créditos de roteirista do documentário sobre os Beatles feito em 1982. Simplesmente maravilhoso. Pretencioso desde o nome, mas muito, muito bom. Um complemento ao
Antology. 2-) Kitty - David dirigiu o
DVD desta banda de metal. Uma bosta. Segue a mesma linha de qualquer DVD de banda metal/hardcore. Tudo é péssimo: uma menina (esta banda, por acaso, é de meninas) gritando. Sim, porque eu não chamo aquilo de cantar, e depois cenas e mais cenas da banda na estrada. Crianças fazendo as coisas mais estúpidas possíveis. Ele foi mestre em seguir exatamente a mesma linha que todo mundo segue. Mas o DVD em si é para jogar no lixo. O engraçado foi que eu saí da aula e liguei para o Namorado perguntando sobre a banda já que ele é um mocinho do metallll (lml)! Não é que ele não só conhecia como tinha dois Cds das meninas?!! É engraçado ter aula com o diretor do vídeo de uma das bandas preferidas do seu namorado.
3-)Why We Fight- Este eu posso gastar duzentas horas falando a respeito, mas eu não tenho este tempo. Fomos(*) até o
Angelika assistir este documentário que fala exatamente sobre a mesma coisa que o Michael Moore falou em Fahrenheit 9/11, mas de uma forma muito mais eficiente e muito menos manipulativa. O filme é fantástico, suave, mostra opiniões do povo dos dois lados, os que são à favor e contra a guerra no Iraque. E aos poucos vai tirando uma onda com a política internacional dos EUA, mas nada escandaloso. E tenta mostrar os movitos de cada um, e como uma guerra pode ser lucrativa, e fala da mídia controlada norte-americana. Cara, este filme é imperdível. Não teria título melhor, é a cópia de um título de filmes de propaganda de guerra que eram mostrados na época da Segunda Guerra afim de persuadir as pessoas que construir uma indústria de guerra americana era a única forma de manter a liberdade da nação e controlar o mundo.
(*) Esta foi minha última tentativa frustrada de fazer o Taras desistir de aplicar para ser marine norte-americano. Olha que situação bizarra: eu levo um russo ao cinema nos EUA para assistir um documentário sobre como o povo deste país é ignorante e o quanto essa guerra é ríducula e assim, tentar fazer o rapaz desistir de se alistar no exército.
4-) The Aristocrats - Um monte de gente conta a mesma piada suja e sem-graça. Não, uma lista enorme de comediantes famosos contam uma mesma piada, aparentemente famosa neste círculo. E pior, não segue nenhuma ordem, começa com uma pessoa X contando, e passa por uma pessoa Y e termina com uma pessoa Z.
Como esta é uma piada que pode ser modificada, nada faz sentido. Dormi, claro. E olha que eu estava louca para assistir há tempos, assim como 'Born Into Brothels' que também já me disseram que sucks.
5-)Madonna - Truth or Dare - Vale mais pela coragem que Madonna teve ao fazer isso do que pelo documentário em si. É uma pegação sem fim, apenas. Meu professor ama de paixão isso, cita o tempo inteiro e mostrou na aula. Eu acho que a coisa bacana é que a mulher está alí, pelada, te dizendo "Eu sou egocêntrica, maluca, poser do inferno e I don't care."
6- The March of the Penguins - que eu ganhei de aniversário do Sargento. Maior discussão: é um documentário? Não é. É um filme travestido de documentário? Não é. I don't care. O filme é ótimo, os caras ficaram um ano naquele frio todo para filmar tudo isso, e o DVD tem vários extras interessantes. E olha que eu odeio animal na televisão. Com exceção do Vincent, claro.
E esta semana tem o documentário mais aguardado da minha vida:
Who Gets to Call it Art? Fala da transição do Impressionismo Abstrato da década de 50 (Pollok) para a Pop Art da década de 60 (Warhol). Mostra toda a cena artística de Nova York na década de 60 e a influência do curador do Metropolitan na época, Henry Geldzahler no desenvolvimento da Pop Art.
ai, ai...
Saio do trabalho amanhã e vou direto para o cinema ver isso, já que vai ficar em exibição no Film Forum apenas até o dia 14 de Fevereiro. (*)
(*) Eu tenho me matado para me dividir entre trabalho, hora extra, segundo emprego, faculdade, tarefa. Junta-se a isso cinco noite de insônia. Sair do trabalho e ir ao cinema é um sacrifício gigantesco neste caso.