O capitão Kirk ficaria orgulhoso...
Cientistas fazem prova prática de "manto de invisibilidade"
O capitão Kirk ficaria orgulhoso: uma equipe de cientistas britânicos e americanos criou um manto de invisibilidade, como o que protege as naves romulanas em Jornada nas Estrelas. Ele ainda não funciona tão bem a ponto de ocultar uma nave estelar, mas já conseguiu fazer um serviço decente na hora de esconder um tubo de cobre.
No experimento, os cientistas usaram microondas para tentar localizar o tubo. Como a luz comum e o radar, as microondas são refletidas por objetos, o que os torna visíveis e faz com que projetem uma sombra. A diferença é que os seres humanos têm um sentido - a visão - para detectar a luz e as sombras da luz, enquanto que para captar microondas e radar, precisamos de necessários aparelhos.
Se você consegue esconder algo das microondas, é bem possível que consiga esconder do radar também - uma oportunidade que fascina os militares. Essa tecnologia de invisibilidade é diferente da tecnologia "stealth". O "stealth" reduz a superfície refletora de um objeto, tornando-o difícil de rastrear. A invisibilidade simplesmente faz com que as ondas de radar - ou outras - contornem o objeto, dando a impressão de que ele não está ali.
O novo trabalho indica o caminho para uma versão aperfeiçoada que poderá ocultar pessoas e objetos da luz visível. Em teoria, adaptar o conceito para luz visível é possível, disse o projetista do sistema, David Schurig. Mas, na prática, o problema é "desafiador", acrescenta ele.
A despeito disso, a prova prática com o cilindro vem apenas cinco meses depois de Schurig e colegas terem publicado a teoria sobre o assunto. O primeiro sucesso experimental será publicado, nesta sexta-feira, na revista Science.
"Fizemos o trabalho muito depressa... e isso levou a um manto que não é ótimo", disse o co-autor do trabalho, David R. Smith. "Sabemos como fazer coisa muito melhor".
Este primeiro manto funcional só opera em duas dimensões e projeta uma pequena sombra, diz Smith. O próximo passo é operar em três dimensões, e sem sombra.
O dispositivo, feito de metamateriais - misturas de metal e materiais de placas de circuito, que podem incluir cerâmicas, teflon ou fibras - canaliza as microondas ao redor do objeto, como quando a água flui ao redor de uma pedra. O sistema tem de ser projetado para comprimentos de onda específicos.
Se um manto para luz visível for criado, diz Smith, alguém olhando para o objeto coberto "veria o que está do outro lado. Isto é, o manto é, em termos ideais, transparente. Já que ainda não temos um manto perfeito... o pano de fundo seria visto, mas um pouco escurecido".
Outras aplicações da tecnologia poderiam envolver a blindagem de sistemas sensíveis contra certos tipos de radiação - que seria desviada pelo manto, como se fosse luz - e até algum tipo de blindagem acústica, para proteger estruturas contra ondas mecânicas, como as geradas em terremotos. (AE-AP)
O capitão Kirk ficaria orgulhoso: uma equipe de cientistas britânicos e americanos criou um manto de invisibilidade, como o que protege as naves romulanas em Jornada nas Estrelas. Ele ainda não funciona tão bem a ponto de ocultar uma nave estelar, mas já conseguiu fazer um serviço decente na hora de esconder um tubo de cobre.
No experimento, os cientistas usaram microondas para tentar localizar o tubo. Como a luz comum e o radar, as microondas são refletidas por objetos, o que os torna visíveis e faz com que projetem uma sombra. A diferença é que os seres humanos têm um sentido - a visão - para detectar a luz e as sombras da luz, enquanto que para captar microondas e radar, precisamos de necessários aparelhos.
Se você consegue esconder algo das microondas, é bem possível que consiga esconder do radar também - uma oportunidade que fascina os militares. Essa tecnologia de invisibilidade é diferente da tecnologia "stealth". O "stealth" reduz a superfície refletora de um objeto, tornando-o difícil de rastrear. A invisibilidade simplesmente faz com que as ondas de radar - ou outras - contornem o objeto, dando a impressão de que ele não está ali.
O novo trabalho indica o caminho para uma versão aperfeiçoada que poderá ocultar pessoas e objetos da luz visível. Em teoria, adaptar o conceito para luz visível é possível, disse o projetista do sistema, David Schurig. Mas, na prática, o problema é "desafiador", acrescenta ele.
A despeito disso, a prova prática com o cilindro vem apenas cinco meses depois de Schurig e colegas terem publicado a teoria sobre o assunto. O primeiro sucesso experimental será publicado, nesta sexta-feira, na revista Science.
"Fizemos o trabalho muito depressa... e isso levou a um manto que não é ótimo", disse o co-autor do trabalho, David R. Smith. "Sabemos como fazer coisa muito melhor".
Este primeiro manto funcional só opera em duas dimensões e projeta uma pequena sombra, diz Smith. O próximo passo é operar em três dimensões, e sem sombra.
O dispositivo, feito de metamateriais - misturas de metal e materiais de placas de circuito, que podem incluir cerâmicas, teflon ou fibras - canaliza as microondas ao redor do objeto, como quando a água flui ao redor de uma pedra. O sistema tem de ser projetado para comprimentos de onda específicos.
Se um manto para luz visível for criado, diz Smith, alguém olhando para o objeto coberto "veria o que está do outro lado. Isto é, o manto é, em termos ideais, transparente. Já que ainda não temos um manto perfeito... o pano de fundo seria visto, mas um pouco escurecido".
Outras aplicações da tecnologia poderiam envolver a blindagem de sistemas sensíveis contra certos tipos de radiação - que seria desviada pelo manto, como se fosse luz - e até algum tipo de blindagem acústica, para proteger estruturas contra ondas mecânicas, como as geradas em terremotos. (AE-AP)